Empresa de Assis consegue sobreviver e manter empregos em crise de pandemia

By 29 de abril de 2020 Reportagens
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Empresário Soró: Vamos vencer mais essa crise juntos

Mesmo com prejuízos num mercado que acena com desistências de compras, rescisões de contratos, falências, demissões e um futuro incerto diante de uma pandemia que colocou o Brasil em quarentena de tudo, uma empresa chateaubriandense está conseguindo contornar a situação e se diz preparada para os dias que estão por vir, pintados de poucas esperanças, segundo o que se vê na grande imprensa. Essa é a dedução que fez nossa reportagem, após tomar conhecimento da estrutura e estratégias da empresa chateaubriandense Shopping do Pescado.

Quem relata a visão empresarial que está proporcionando a sobrevivência de sua empresa e a conservação dos empregos que oferece é o proprietário Sebastião José Alamino Mendes, popular “Soró”. “De peixe e sofrimento eu entendo muito. Comecei minha vida vendendo de porta em porta. Sei o que é precisar ganhar o pão tendo que trabalhar cada dia”, destaca o hoje empresário, que, de uma simples peixaria, construiu um grande complexo internacional de importação e exportação de peixes, mantendo a sede em Assis Chateaubriand.

Há 27 anos no mercado de importação e vendas de peixes em vários estados do Brasil, o empresário conta que o momento é comparado ao vivido na crise mundial de 2008. “Hoje, estamos mais sólidos. É um período que requer muita atenção, pois teremos muitas transformações no mercado. A minha empresa não depende só do país, mas do Mercosul e do mundo. A variação cambial tem grande peso nessa conta. As perdas são grandes”, explica Soró.

Empresa atua há 27 anos no mercado de importação e vendas de peixes

No período da quaresma, quando a venda de peixe é maior, o empresário conta que teve uma redução nas vendas em cerca de 60%. “Como parou a circulação, diminuiu a comercialização e as pessoas só compraram o necessário. Do fim de fevereiro para cá, sentimos bastante essa queda nas vendas. A pandemia deu uma freada para comprar e vender. A oferta é bastante e a procura é menor”, relata Soró.

Nesses anos, a empresa já fez investimentos acima de R$ 5 milhões, sendo em equipamentos de câmara fria e de logística. Com 19 funcionários até o momento, o empresário não precisou fazer demissões e adotar outras medidas mais rígidas diante da crise. “Com fizemos vários investimentos anteriores, estávamos preparados para esse momento. Todo o nosso planejamento fez com que tivéssemos uma ‘gordurinha’ para queimar nessas horas. Vamos lutar até o último minuto para mantermos a empresa bem, com os empregos. Não podemos dispensar funcionários, para daqui a quatro meses, quando melhorar, ter que ir atrás deles, porque não voltarão com o mesmo entusiasmo. Vamos vencer mais essa crise juntos”, afirma Soró.

Para os funcionários das empresas no município, Soró deixa um recado: “Trabalhadores, pensem e vistam a camisa das empresas. O momento é difícil. Tenho certeza que, para todos os patrões, quando tem de dispensar alguém, é como se ele também tivesse ganhando as contas. Já fomos funcionários e sabemos o quanto dói ouvir: ‘infelizmente, não dá para ficar mais com você’. Temos que ter paciência e humildade muito grande. Tudo vai dar certo, porque o Brasil é forte e vamos vencer. Estou com uma expectativa muito boa, sempre acreditei no potencial do nosso município e do nosso Brasil. Assis é a minha sustentação”, conclui Soró.

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