Marcel fala sobre Valtinho, Pegoraro, Frimesa e a política de Assis

By 21 de julho de 2020 Reportagens
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Marcel Micheletto é deputado estadual licenciado e atual secretário de Administração e da Previdência do Paraná

Em entrevista ao site Alto Falante Notícias, o deputado estadual licenciado e atual secretário de Administração e da Previdência do Paraná, Marcel Micheletto, falou sobre vários assuntos, com destaque para a política local. Em um longo bate papo, o político trouxe detalhes sobre a construção do frigorífico da Frimesa, obras, a eleição municipal neste ano e os bastidores da política em Assis Chateaubriand, além de outros assuntos em pauta na atualidade.

No fim do material, confira as perguntas e respostas em áudio.

Alto Falante: Rodovia Assis a Toledo: como está essa obra de melhoria?
Marcel Micheletto: Essa bendita rodovia que tem me dado muita dor de cabeça, mas a minha parte eu tenho feito. Quando eu assumi o meu mandato de deputado, fiz todos os requerimentos e oficios necessários, até falei com o próprio governador, das melhorias que eram necessárias. Várias outras rodovias da região receberam as melhorias. Todas as obras tiveram prosseguimento, mas entre Assis e Toledo, onde eu mais ando, a obra não iniciava.
Eu e o Governo fizemos a nossa parte. Tinha o dinheiro em caixa para fazer as melhorias. O problema é que o empreiteiro que que ganhou a licitação entrou em litígio com o Estado; não tinha as certidões negativas, além de problema trabalhista e com máquinas em penhora.
Depois de um bom trabalho que o Governo fez de diálogo, o empreiteiro conseguiu normalizar tudo e começou a fazer o trabalho. Acredito que daqui para frente, isso não vai parar. O problema aqui foi que o empreiteiro passou por uma dificuldade financeira. O serviço deve ser intensificado.

Alguma novidade da Frimesa?
Vamos chegar em um consenso com a Cooperativa para a construção do trevo de acesso na rodovia. Nessa semana, o presidente da Frimesa, Valter Vanzella, me disse que precisa de uma agenda com o secretário de Infraestrutura e com o governador, pois nesse segundo semestre querem iniciar a edificação do frigorifico, até porque a parte de fundação e terraplenagem estão prontas para receber a obra de edificação. Eles querem colocar centenas de operários para alavancar esse frigorífico, que está atrasado no seu cronograma, até porque nós passamos pela troca de governo e por uma instabilidade econômica, o que dificultou na buscar os recursos, mas agora, a construção não vai parar mais. A Cooperativa já buscou as parcerias necessárias com os agricultores com terras por onde irá passar a linha de transmissão de energia elétrica. Todos assinaram pacificamente e já foram indenizados. As coisas estão acontecendo.

Valtinho continua sendo seu candidato a prefeito de Assis?
Valtinho é o pré-candidato do nosso grupo. Ele está preparado. É uma pessoa jovem, que também já contribuiu, cresceu e amadureceu. Tem uma história muito bonita.  Hoje, é um garoto formado em Administração, passou pelas secretarias de Assistência social e de Saúde do Município. Conhece a máquina pública da cidade. Assumiu uma função muito importante, que é ser diretor executivo do Hospital Beneficente, que tem até leito de UTI.  Ele faz parte de um planejamento político do nosso grupo e cresceu muito bem nesse sentido. Está capacitado para acompanhar esse trabalho que desenvolvemos de crescimento estratégico de nossa cidade.
Valtinho conhece como ninguém a questão de saúde pública de nossa cidade; sabe muito bem o que a população precisa. A saúde e o emprego serão temas centrais nas próximas eleições e ele conhece bem isso. Está sendo lapidado para fazermos um baita de um plano de governo para dar sustentabilidade a sua gestão.
Não tem outro nome. Ele está indo muito bem. É o nosso pré-candidato a prefeito de Assis. Montamos uma chapa de pré-candidatos a vereador de muita qualidade. Tenho certeza de que daremos uma contribuição muito grande e a população vai decidir qual é o melhor plano de governo para a cidade.

Quem será o vice do Valtinho?
Ainda não decidimos. Estamos em conversação com vários partidos. É importante a gente dialogar e exercitar isso. Precisamos trazer pessoas jovens, não só de idade, mas de vontade de colaborar com a sociedade, de participar mesmo do processo político de Assis Chateaubriand. Buscamos inovar, trazer gente com brilho no olho e com velocidade para nos acompanhar. Precisamos de um time que não esteja cansado, mas que esteja com vontade de dar a sua contribuição, por isso estamos buscando novos personagens para nos ajudar. Precisamos oxigenar a política de Assis.

Como está sendo seu relacionamento com o prefeito Pegoraro?
Claramente, não consigo, não tenho participação. Não sou chamado a nada. Não contribuo com nada. Não me pedem absolutamente nenhuma contribuição. Esqueceram-me e isso me deixa muito triste. Até há alguns dias, eu era o líder desse grupo. Tratavam-me com alguém especial, que vinha conduzido tudo.
O prefeito só está lá porque eu renunciei ao cargo para ele assumir. Sempre cumpri tudo com o atual prefeito. Quando foi meu vice a primeira vez e quando fomos para a reeleição, nós somamos muitos partidos. Outros queriam ser meu vice, mas eu cumpri com ele e não me afastei do grupo político que estamos desde a época do meu saudoso pai. Não fui buscar outros personagens políticos que não me agradam. Estamos levando para frente o nosso projeto.
Não temos acesso a nada. Tudo o que está acontecendo de obras na cidade tem a nossa participação. Nem o meu nome nem dos deputados que colaboraram para trazer isso é colocado à disposição. Não tenho participação nenhuma no grupo que está hoje no Paço Municipal.

Há chances de ter chapa única em Assis?
Acredito que não, até porque o grupo político que o Pegoraro foi buscar é formado por gente que sempre foi contrária ao meu saudoso pai e ao início da minha trajetória política. Eu não fujo de meus princípios e continuo reto com minhas intuições e pensamentos. O grupo que continua com nós é o mesmo lá de trás. Quem saiu desse grupo foi o Pegoraro. Ele que foi buscar um novo grupo, com pessoas que eu não tenho condições de me alinhar. Vou respeitar. Ele tem todo o direito de fazer isso, mas é a sociedade que vai analisar as propostas.

O que é essa ‘gente cansada’ que o senhor tanto fala?
São pessoas que não têm mais o brilho no olho para fazer as melhorias e avanços que Assis precisa. Idade não conta, mas a vontade de fazer um planejamento estratégico para cidade, e não um plano de poder.
Hoje, na cidade tem um grupo que tem um projeto de poder, de fazer uma velha política, a rancorosa, com divisão e ódio. Do outro lado, um grupo político com brilho no olho para dar continuidade e de amor à terra que nascemos.
Eu não faço parte de grupo cansado, que são esses que estão aí, que não honram o que até poucos dias falavam. Tínhamos um grupo forte e que nós liderávamos, mas que hoje nem o meu nome é falado. Buscam até personalidades de fora, que nunca contribuíram com Assis e aplaudindo. Cansado é isso: a velha política.

Se o Pegoraro se reeleger, como vai ser?
Se eu for chamado para colaborar, com certeza, eu vou continuar ajudando a cidade, mas pelo jeito, como está hoje prefeito, nem me chama para nada. Não sou convocado para nada. Espero que, caso aconteça dele se reeleger, eu vou estar presente em Assis Chateaubriand, fazendo todo o esforço para continuar ajudando a cidade. Não faço como estão fazendo comigo, me deixando de lado.
Busque os ofícios e fotos e veja quem está colocando todos esses recursos na cidade. Até faça esta pergunta ao prefeito: Por que ele não fala mais da minha pessoa em todas essas obras que estão sendo encaminhadas hoje em Assis?

Ficou alguma mágoa entre você e o prefeito?
Não tenho mágoa nenhuma contra o prefeito na questão pessoal. Tenho é um carinho pelo Pegoraro, pois esteve sempre com a minha família e comigo. Eu cumpri com o Pegoraro em tudo. Onde o Pegoraro pode dizer que não cumpri com ele? Por que ele é o prefeito de Assis hoje? Se eu não tivesse renunciado, ele não seria. Todas as obras que estão sendo executadas hoje, quem trouxe e colocou à disposição? Eu cumpri com tudo.

Como vai ser sua atuação nesta eleição municipal?
Vou exercer na plenitude. Tenho pique, vontade e gás. Gosto de circular, ainda mais como secretário de Estado, levando as boas novas. Vai ser uma eleição diferente, com mais foco no digital, nas redes sociais, e isso me ajuda bastante, porque vamos conseguir pulverizar a nossa fala muito mais rápido. Estou muito confiante.
Não é somente um deputado que vai exercer a influência, mas um secretário de Estado. Vou falar em nome do governador. Nós temos um grupo político sólido. Precisamos ver quem são os políticos que vão apoiar eles.

Franciane vai sair para vereadora?
Isso será importante. A Franciane deu uma grande parcela de contribuição na área social. Conhece a cidade como poucos. É a nossa pré-candidata a vereadora para oxigenar a Câmara de Vereadores, para trazer um ambiente mais saudável e menos hostil. Precisamos de pessoas mais solidárias e fraternas, colaborando principalmente com aqueles que mais precisam. Essa é a nossa função.
A gente sabe quais são os cantos dessa cidade que precisam de apoio. Ela vai agregar e ajudar muito o próximo prefeito, que cremos que será o Valtinho. Ela tem muita habilidade nisso e é uma pessoa gentil, que tem uma luz fantástica, querendo só fazer o bem. Vai dar sua parcela de contribuição, trazendo muitos projetos de leis interessantes ao município, fiscalizando com transparência, sem pedir em troca ajuda a parentes, como a gente vê por aí na vereança.

Franciane pode ser prefeita de Assis um dia?
Nunca podemos dizer nunca. A Franciane gosta de cuidar das pessoas. Queremos sempre retribuir a população chateaubriandense por ter nos colocado onde estamos. Ela tem tudo para mostrar serviço como vereadora e, lá na frente, pode ser uma boa opção dentro do nosso grupo, podendo se colocar à disposição na majoritária.

Apoio na Câmara: antes, dos 13 vereadores, 12 estavam com o senhor. Agora, isso mudou. A maioria não está no grupo do senhor. Como é isso?
Essa realidade é muito relativa. Quando eu me elegi pela primeira vez, grande parte desses vereadores não se elegeram ao meu lado; apoiaram outros candidatos que disputaram contra mim antes. Eles não me apoiaram quando eu ganhei. Ficaram de fora. Na minha reeleição, com o trabalho que instituímos, com ninguém com coragem de disputar a eleição contra a gente, eles vieram fazer parte do grupo; foram convenientes em vir junto comigo, mas o que vi é que não vieram de coração e com vontade de seguir esse processo. Agora, não fazem mais parte desse grupo. Com isso, quer dizer que lá atrás só se aproximaram porque fizemos um belíssimo trabalho. Até meses atrás, todos eles falavam bem de mim, mas agora não passa nem perto para falar de meu nome. A ingratidão passa lado a lado, paralelo a tudo isso. Vamos trazer muita gente nova para esse quadro da política de Assis e acho que vamos renovar bem essa Câmara de Vereadores.

Em 7 anos e meio, foram várias mudanças de cargos. Como o senhor e seus eleitores avaliam isso?
Até, às vezes, fico um pouco assustado com essa ascensão nesse pouco tempo. Isso tudo é devido ao nosso trabalho, uma demonstração de compromisso com o espírito público e uma maneira de entender a gestão pública, com um jeito profissional e transparente que deu o resultado. Isso que me deixa muito feliz saber agora que estamos encaminhando um novo projeto, por meio de muita reflexão.
Não é tão fácil de explicar isso, mas quando você mostra muita transparência e firmeza no sentido de trazer ainda mais progresso e melhoria para a região, conseguimos convencer a população de que estamos no caminho certo. Converso com os meios de comunicação para explicar isso e mostrar que eu não renunciei ao cargo de deputado. Apenas estou licenciado. Estava no Legislativo e para fazer parte do Executivo, eu precisava ter essa licença. Entro para dentro do governo para colocar uma bandeira forte do Oeste dentro do governo Ratinho Júnior, para que ele olhe com mais carinho e responsabilidade a essa região, que tanto gera riqueza para o estado.

O que Assis ganha com o senhor sendo secretário estadual?
Eu acho que ganha muito mais musculatura no sentido, pois se agora estou ao lado direito do governador. Com certeza, muito mais recurso e de condições de colocar Assis no protagonismo do Oeste do Paraná. Comigo lá dentro, acredito que vamos ganhar muito. Eu continuo deputado, com as minhas emendas parlamentares; ainda mais com a “caneta com muito mais tinta”. Assumo neste momento tão difícil essa missão, mas, com certeza, governador vai nos retribuir com muito mais recursos para nossa cidade.

O comércio do Paraná pode voltar a fechar?
Não acredito mais nisso. Foi uma decisão difícil que o governador tomou na oportunidade. O sistema de saúde do Oeste quase entrou em colapso. Aquilo que o governador fez, em tomar a decisão, foi devido à situação. Lá atrás, que até saiu um áudio meu dizendo que não era hora do fechamento do comércio, os prefeitos erraram naquele momento em fechar. Não tinha ainda um fluxo de contaminação muito grande. Poderia ter adotado outras medidas naquele tempo e ter se planejado melhor para o fechamento recente, quando o governador teve que decretar. Eu teria feito diferente se fosse prefeito. E, logicamente, no mínimo, teria ido ali fora da Prefeitura para conversar com os comerciantes e ter colocado a cara a tapa.

Confira a entrevista em áudio

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